EFRAIM
(Heb. “ frutífero”). Embora seja o progenitor de uma das tribos de Israel, ele não era filho de Jacó, mas seu neto. José levou seus filhos Manassés e Efraim diante do patriarca, a fim de que fossem abençoados (Gn 48). Posteriormente, isso resultou na subdivisão de José em duas linhagens que compuseram as doze tribos de Israel (Gn 49.22-26; cf. Dt 33.1317).
Na narrativa do nascimento dos filhos de José (Gn 41.50-52), o mais velho, Manassés, recebeu esse nome porque, conforme o pai disse, o Senhor fizera com que esquecesse todos os seus problemas. O filho mais novo foi chamado Efraim, porque Deus o tinha feito prosperar na terra do Egito. Mais tarde, quando apresentou seus filhos a Jacó, para a bênção, José esperava que o mais velho recebesse a bênção de filho primogênito (Gn 48.13), mas, irônica e inesperadamente, o patriarca inverteu os braços, colocou a mão direita na cabeça de Efraim e, dessa maneira, assegurou a ele os direitos da primogenitura (w. 14,19,20).
Embora Efraim não seja mencionado especificamente na bênção de Gênesis 49, fica claro que Jacó o tinha em mente quando abençoou seu filho amado: “José é um ramo frutífero” (v. 22). “Frutífero” é um jogo de palavras com o próprio nome de Efraim, “o frutífero”. Na bênção de Deuteronômio, a ideia da frutificação é novamente destacada, embora não exista nenhuma forma da palavra, exceto o próprio nome Efraim (Dt 33.17). Essas bênçãos proféticas se cumpriram tanto no tamanho como no poderio da tribo de Efraim e também em sua localização privilegiada na região montanhosa, no centro de Canaã. Sua liderança tornou-se evidente no arranjo do acampamento de Israel na marcha do Egito para a Terra Prometida: ela liderava as três tribos que ficavam no lado oeste (Nm 2.18-24). Josué era dessa tribo (Nm 13.8) e sob seu comando ela recebeu e ocupou uma das maiores porções da terra, depois da conquista de Canaã (Js 16.5-10).
O Tabernáculo foi erguido no centro religioso de Silo, cidade localizada em Efraim, onde a Arca da Aliança foi colocada no tempo de Josué (Js 18.1; 22.12). O próprio Josué foi sepultado no coração desse território (Js 24.30).
Depois da divisão do reino, Jeroboão colocou um de seus santuários idólatras na cidade de Betei (1Rs 12.29), em Efraim, e estabeleceu sua capital em Siquém, que, naquela época, estava no distrito administrativo dessa tribo, conforme foi definido por Salomão (v. 25). O próprio Jeroboão, na verdade, era efraimita (1Rs 11.26), e a partir dessa época o centro da vida política e religiosa do reino do Norte foi Efraim. Isso se tornou tão forte que Israel geralmente era chamado de Efraim, até o tempo de sua queda e deportação pelos assírios em 722 a.C. (cf. Is 7.2,5,8,9,17; Jr 7.15; 31.9; Os 4.17;5.3,5).
A tribo. A tribo de Efraim era proeminente por causa de seus números, de seus centros de influência, e dos líderes que dela surgiram. Seus números são revelados pelo censo descrito em Números 1.33 (40.500) e em Números 26.37 (32.500). Estes números cumpriram as predições de Jacó e Moisés.
Seus centros, em uma época ou em outra, incluíam: (1) Siquém, entre o monte Ebal e o monte Gerizim, perto do pedaço de terra deixado por Jacó como herança a José e no qual os ossos de José foram sepultados (Js 24.32), perto do qual as bênçãos e as maldições da lei foram proclamadas a partir dos declives mais baixos das montanhas (Js 8.33,34); (2) Siló, onde a arca foi mantida até os dias de Eli (1 Sm 1.3); (3) Betel, a cidade situada em sua fronteira sul, que se tomou a mais importante dos dois centros de adoração estabelecidos por Jeroboão I (1 Rs 12.26-33; Am 7.10-13).
Seus líderes extraordinários incluíam: (1) Josué, o filho de Num, capitão da batalha contra os amalequitas em Refidim (Êx 17.13), servidor de Moisés na tenda da congregação no Sinai (Êx 33.11), um dos 12 que espiaram a terra prometida e um dos dois que deram um relatório favorável (Nm 14.6), sucessor de Moisés como líder de todo o Israel, e que dirigiu tanto a conquista como a divisão da terra a oeste do Jordão (Js 14.1); (2) Samuel, o último dos juizes, o profeta de quem todo o Israel procurava receber a palavra de Deus, e o líder que preparou o caminho para o reino (1 Sm 12.6-25); (3) Jeroboão, filho de Nebate, o primeiro rei sobre as dez tribos que se rebelaram contra a casa de Davi (1 Rs 12.19,20).
4. O reino. O nome Efraim foi freqüentemente usado nos dias posteriores paia o reino do norte (cf. 2 Cr 25.7; Os 5.3; 6.10; 10.6; Is 7.2; Jr 7.15). A adoração ao bezerro, estabelecida por Jeroboão, o filho de Nebate, levou à corrupção moral que culminou com a destruição e o cativeiro, como fora profetizado por Amós, Oséias, Miquéias e Isaías. Os profetas, porém, predisseram a restauração de um pequeno remanescente no reino do Messias (Os 14,8; Is 11.13; Jr 31.7-9,20; Ez 37,16-23; 48.5; Zc 10.7).
Fonte: Dicionario Wicliffe
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