O nome heb de Isaías é Ytshat-yahu, significando “o Senhor é (a fonte da) salvação”. E apropriado que sua mensagem básica para a nação da aliança de Deus seja que a salvação virá a eles com base na graça e no poder divino, e não por seu próprio esforço e obras religiosas.
O fato de Isaías ser chamado de “filho de Amoz” 13 vezes no AT pode significar que seu pai era um homem proeminente. Veja Amoz. Isaías aparentemente morava em Jerusalém, visto que seu filho pequeno, chamado “Sear-Jasube”, caminhou com ele para encontrar-se com o rei Acaz fora da cidade (Is 7.3). Sua esposa era conhecida como profetisa, e eles tinham um outro filho a quem o Senhor ordenou que se chamasse “Maer-Salal-Hás-Baz” (8.1-4). Estes nomes eram significativos, eram lembretes constantes ao rei e ao povo acerca da mensagem do profeta, O nome de seu filho mais velho significa “um remanescente voltará”, uma promessa aos tementes e obedientes ao Senhor no reino de Judá. O nome do filho mais novo significa “rápido é o despojo, veloz é a presa” (Is 8.3), e apontava para o juízo próximo por intermédio do rei da Assíria.
Acredita-se que Isaías tenha ministrado de forma oral e escrita por 60 anos ou mais. Seu chamado para o ministério profético de advertência e censura veio no ano da morte do rei Uzias (739 a.C.). Nâo se sabe ao certo se ele já havia pregado antes daquele acontecimento. No primeiro versículo, ele declara que recebeu revelações de Deus durante os reinados de Uzias, Jotão (750-731 a.C.), Acaz (745-715) e Ezequias (729-687). Contudo, ele deve ter vivido mais tempo para ser capaz de registrar a morte de Senaqueribe em 681 a.C., e saber o nome do monarca assírio sucessor, Esar-Hadom (37.38). Conseqüentemente, Isaías também viveu no reinado de Manassés. Considerando que ele havia estado ativamente envolvido na vida da corte durante os reinados anteriores (veja caps. 7, 8, 20, 22,28-31,36-39 e 2 Rs 19.2-7,20; 20.1-19), neste momento ele havia, sem dúvida alguma, se retirado da vida pública e estava desobrigado de listar o nome do governante cuja maldade recebeu do profeta uma forte oposição em seus últimos escritos. O texto em 2 Reis 21 é um relato histórico sucinto da adoração apóstata dominante e da injustiça civil que evocou do profeta a advertência da vingança de Deus (56,9-12; 44.9-20; 57.1-21; 58.1-4; 59.1-15; 65.2-7,11-15). O texto em 2 Crônicas 33 indica aue a violência idólatra de Manassés foi pior durante os seus anos iniciais antes de Esar-Hadom exibi-lo como um escravo acorrentado na Babilônia em 679 a.C. (2 Cr 33.11; cf. ANET, p. 291). Portanto, é possível crer na tradição de que Isaías foi serrado ao meio por ordem de Manassés (talvez Hb 11.37 seja uma alusão a este fato).
Os profetas Oséias e Miquéias foram contemporâneos de Isaías. O texto em Miquéias 4.1-3 é pratica mente idêntico a Isaías 2.2-4; qual desses profetas citou o outro não podemos dizer. Talvez eles estivessem familiarizados com a pregação um do outro. Inúmeras outras semelhanças literárias podem ser vistas entre Miquéias e Isaías 40-66, um fato que fornece ainda mais crédito à unidade do livro de Isaías.
Isaías é, por consenso geral, o maior de todos os escritores hebreus. Suas palavras indicam que ele foi um homem refinado e culto, uma alma verdadeiramente poética, um admirador e um profundo observador da criação e da natureza humana, um estadista que visualizava o mundo como a cena da obra de Deus, que o visualizava com uma feroz indignação por causa da maldade e, contudo, com um toque de esperança e conforto para o arrependido e o remanescente temente a Deus. Assim, ele descreve a pessoa e os ofícios do Messias vindouro de um modo tão completo e surpreendente que, desde a época de Jerônimo, Isaías tem sido conhecido como o “evangelista” do AT, Sua reputação aumentou grandemente após o cumprimento de muitas de suas profecias quanto ao exílio babilônico, as vitórias de Ciro, e o livramento de um remanescente do cativeiro. De acordo com Josefo, Ciro foi induzido a libertar os judeus pelas profecias de Isaías a seu respeito.
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