ISABEL
(Heb. “Deus é meu juramento”). Somente mencionada em Lucas 1. Era descendente de Arão e esposa de Zacarias, o sacerdote que foi visitado pelo anjo Gabriel (Lc 1.5,11). Ela era também parente de Maria e foi a mãe de João Batista.
Enquanto Zacarias ministrava no Templo do Senhor, o anjo Gabriel apareceu-lhe e disse que sua esposa Isabel lhe daria um filho (Lc 1.13). Ela era estéril e, como o marido, já estava em idade avançada. Por isso, Zacarias questionou a possibilidade de tal evento acontecer, e sua incredulidade custou-lhe a capacidade de se expressar (Lc 1.18). Só voltaria a falar quando a criança nascesse (Lc 1.19,20).
Deus mostrou esse favor à Isabel na velhice dela, para remover a vergonha e a desgraça de não poder ter filhos. Fica claro que sua esterilidade não era conseqüência do pecado, pois tanto ela como o marido “eram ambos justos perante Deus” (Lc 1.6). O Senhor, porém, operava seus propósitos muito maiores na vida de Isabel e seu plano era perfeito.
Assim, no tempo determinado, Deus finalmente a abençoou com um filho incomum. Ele seria o precursor de Cristo e o mundo o conhecería para sempre como João Batista. Sua mãe, Isabel, não seria tão conhecida quanto ele. Não há dúvida, contudo, de que na sombra desse santo homem estava uma mãe piedosa, que o criou no temor do Senhor. A influência de Isabel na vida do filho não deve ser ignorada nem subestimada.
Após Isabel descobrir que estava grávida, permaneceu recolhida em casa por cinco meses. O texto não revela o motivo pelo qual fez isso; provavelmente escondeu-se, a fim de consagrar-se ao Senhor, numa atitude de gratidão.
Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Maria recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe anunciou que, por obra e graça do Espírito Santo, ela concebería e daria à luz o Messias, o Filho de Deus. O anjo lhe disse que Isabel, sua parente, também esperava um filho (Lc 1.36-40). Não se sabe qual era o grau de parentesco entre as duas.
Assim que Maria ouviu as boas novas sobre Isabel, imediatamente foi visitá-la nas colinas da Judéia. Quando a criança dentro do ventre da mãe ouviu a voz de Maria, pulou de alegria. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e, sobrenaturalmente, entendeu que sua parente estava grávida. Soube também qual a identidade daquele menino e sua origem divina.
Cheia de alegria, Isabel abençoou Maria e seu filho em voz alta. Em sua bênção, humildemente reconheceu a criança como seu Senhor e demonstrou sua disposição de ser obediente a ele. Sua mensagem também ressalta a notável fé demonstrada por Maria, a qual creu que o Senhor faria tudo conforme prometera (Lc 1.39-45).
Alegria e gratidão são observadas em todo o relato sobre Isabel. Ela sabia que Deus fazia algo novo e alegrava-se por ser participante de seus planos. O Senhor confiou-lhe o precursor de seu Filho Unigênito e ela respondeu alegre e fielmente, em completa devoção.
Quando chegou o dia de Isabel dar à luz, os vizinhos e parentes reuniram-se em volta para o feliz evento. O menino recebeu seu nome no oitavo dia de vida, na cerimônia da circuncisão. Não se sabe por que esperaram tanto para dar-lhe um nome, especialmente porque o anjo já instruira Zacarias quanto a isso antes de o menino ser concebido (Lc 1.13). Talvez tenham seguido o costume helenista de esperar uma semana antes de oficializar o nome do recém-nascido.
De acordo com o costume judaico, entretanto, a criança deveria ser chamada Zacarias, nome do pai. Mas Isabel fez objeção e insistiu que o nome seria João. Ao desprezar seu pedido (provavelmente porque era mulher), voltaram-se para Zacarias e perguntaram-lhe como o menino seria chamado. Ele escreveu numa tábua que ele se chamaria João e, naquele momento, sua língua soltou-se. O pai, então, cheio do Espírito Santo, profetizou sobre o futuro de seu filho (Lc 1.57-64,67-79).
Esses eventos causaram alvoroço entre os judeus e todos ficaram assombrados. Sentiam que Deus estava com aquela nova família e perguntavam-se o que aconteceria a seguir (Lc 1.65,66). O Senhor começava a trazer seu povo de volta para si.
Isabel era uma mulher reverente, que se dedicava ao Senhor com alegria. Deus é glorificado em sua vida e a divina presença do Senhor é claramente vista nessa passagem bíblica. O milagre dessa serva piedosa ter concebido um filho com idade avançada lembra o leitor de outras mulheres famosas nas Escrituras em cujas vidas o Senhor interveio de maneira semelhante— Sara (Gn 17.15), Raquel (Gn 30.22-24) e Ana (1Sm 1). Em todos os casos, a obra de Deus culminou com o nascimento de filhos que se tornaram grandes líderes do povo. João Batista foi o maior de todos (Mt 11.11).
Fonte: Quem é quem na bíblia
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