Um nome que significa “que Deus ouça” ou “Deus ouve”, e está relacionado com a experiência em que Deus ouviu a oração angustiada de Agar, quando saiu da casa de Abraão (Gn 16.11).
1. O filho primogênito de Abraão com Agar, a serva egípcia de sua mulher Sara. Abraão tinha 86 anos de idade na época, e tinha vivido em Canaã durante 11 anos. Sara, a esposa estéril, para manter os costumes de sua época, comoé visto tanto no código da lei babilônica de Hamurabi (.q.v.) como nas tábuas Nuzu, deu sua escrava Agar a Abraão para que esta gerasse um herdeiro para a família.
Quando Abraão estava com 99 anos de idade, Deus renovou sua aliança com ele e ordenou a circuncisão como um sinal exterior que o identificava como um membro da comunidade da aliança (Gn 17.1-14). Deus também anunciou que cumpriría a promessa de lhe conceder um filho através de sua mulher, Sara, embora Abraão sentisse um profundo amor por Ismael e tivesse orado para que ele pudesse ser o herdeiro prometido (Gn 17.18).
Quando Ismael foi circuncidado, Abraão e toda a sua casa - aqueles que nasceram dos homens e mulheres que vinham servindo a Abraão, bem como os recém-chegados à casa por intermédio da compra de estrangeiros - também foram circuncidados. Ismael tinha, nessa ocasião, 13 anos de idade. Muitas tribos árabes ainda circuncidam seus jovens com a idade de 13 anos.
Quatorze anos após o nascimento de Ismael, nasceu Isaque, o filho legítimo de Sara e Abraão. O ciúme que havia separado Sara e Agar chegou ao seu ponto culminante em um aniversário que celebrava o desmame de Isaque. Sara insistiu — contrariando os costumes da época, como fica evidente pelo desgosto de Abraão (Gn 21.11; cf. a tábua legal de Nuzu HV 67.22) —, que Agar e Ismael fossem mandados embora. Embora Agar e Ismael tivessem deixado a casa de Abraão e ido viver no deserto de Berseba, e mais tarde no deserto de Parã, não há registro de desenvolvimento de nenhuma animosidade entre Ismael e Isaque. Ambos cuidaram do sepultamento de Abraão na caverna de Macpeia (Gn 25.9). Embora Isaque fosse seu único herdeiro, Abraão favoreceu os filhos de suas concubinas (Agar e Quetura) enquanto ainda estava vivo (Gn 25.6). Portanto, Ismael recebeu alguns dos bens materiais de Abraão. Os filhos de Quetura foram mandados para o Oriente, ao passo que Ismael foi para o sudeste.
Agar tomou para Ismael uma esposa egípcia e ele tornou-se o pai de 12 filhos e uma filha, chamada Maalatê (Gn 28.9) ou Basemate (Gn 36.3). Ela tornou-se uma das mulheres de Esaú. Os nomes dos filhos de Ismael eram Nebaiote, Quedar, Abdeel, Míbsão, Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá (Gn 25.13-15). Uma vez que a maioria desses nomes ocorre como entidades tribais de considerável influência em outras passagens, alguns estudiosos consideram essa lista genealógica como étnica, e não apenas pessoal.
O epíteto “como um jumento selvagem” atribuído a Ismael em Gênesis 16.12 não deve ser considerado um opróbrio, mas um louvor. O Onagro selvagem era o animal mais importante na lista de caça do rei assírio, e uma iguaria nos cardápios dos banquetes Teais. Aqui ele retrata a liberdade beduína dos ismaelitas no deserto do sul (Gn 25.16-18). Ismael morreu com 137 anos de idade (Gn 25.17). O local de seu sepultamento é desconhecido. Os mulçumanos afirmam que ele e sua mãe Agar foram sepultados na Caaba (Kaaba), em Meca.
Em Gálatas 4.21- 5.1, Paulo interpreta as narrativas de Ismael e Isaque de forma alegórica. Ele usa a palavra “perseguia” (v.29; cf. zombava, Gn 21.9) para indicar a ação daqueles judeus que, embora apoiados nas ordenanças da lei de Moisés que deveriam ser abandonadas (como Ismael foi mandado embora), perseguem aqueles que são nascidos livres em Cristo, os verdadeiros herdeiros da promessa.
Discionário Wycliffe
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