É provável que o gnosticismo tenha surgido como um segmento cristão,
no Egito entre o fim do século I e o início do século II. Muitos documentos do
gnosticismo do segundo século foram encontrados, incluindo o Evangelho Segundo Tomé.
O QUE OS GNÓSTICOS NEGAVAM?
Os gnósticos negavam a realidade do “corpo humano” de Cristo.
Ensinavam que Cristo apareceu na pessoa de Jesus, mas que este nunca foi
realmente um ser humano. Tal “Cristologia” é conhecida por docetismo (gr. Dokêo,
“aparecer” ou “parecer”). Para eles Jesus apenas se parecia com o homem. Toda existência
na terra teria sido uma farsa; ele teria fingido ser carne e sangue, visando o
bem dos discípulos.
Há menções indiretas ao gnosticismo nas epístolas de João:
“2Jo 1:7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não
confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo”.
Como e por que essa falácia surgiu entre os cristãos são
perguntas sem respostas concretas. Alguns estudiosos acreditam que Pedro também
teria feito menção dos gnósticos ao falar dos falsos mestres, que
introduziriam, de modo sutil, heresias de perdição no meio do povo de Deus.
Tais enganadores (gnósticos?), naqueles dias, após
convencerem cristãos a seguirem as suas dissoluções, exigiam deles que fizessem
uma confissão pública, a fim de negarem “o Senhor que os resgatou” (2Pe 2.1,2).
Em que os gnósticos
acreditavam?
Os gnósticos acreditavam na existência de Deus, mas, ao mesmo
tempo, afirmavam não ser possível conhecer a existência e a natureza divina. Aceitavam
a ideia da emanação ou platonismo, doutrina qual diziam que tudo quanto existe
derivou-se do “ser supremo”, representado pelo sol, cuja emanação mais forte é
o filho. Um pouco mais distantes estão os seres angelicais; depois, os
homens... Enfim Deus é inabordável.
Por isso, não existia um mediador que pudesse conduzir o
homem a ele. Eles eram também liberais; não aceitavam a autoridade de Cristo.
Estudavam a bíblia como um livro qualquer. Até certo ponto
aceitavam o sobrenatural, mas de acordo com a sua maneira de pensar. Eram,
ainda, triteístas: viam Jesus como “Deus”, porém de modo paradoxal, rejeitavam
a sua deidade.
Segundo as escrituras, os gnósticos estavam enganados (Jo 1.1;
Fp.2.6; Ap. 1.8; Hb. 1.8). E o credo Atanasiano deixa claro que o pai é Deus, o
filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. Nesta trindade nada é antes ou depois,
nenhum é maior ou menor: mas as três pessoas são coeternas, unidas e iguais.
Teologia sistemática - CETADEB
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