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Quem é a senhora mencionada em II João 1.5?

O presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade […] E agora, senhora, rogo-te, não como se escrevesse um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros”. (I Jo 1.5)

Devido à complexidade do assunto, é importante recorrer à língua original do Novo Testamento para amenizar a dificuldade. No original grego, tanto no primeiro como no quinto versículo, a palavra “senhora” é kuria. Entre os vários pontos de dificuldades, está a questão relacionada à derivação da palavra “igreja”, que é kuriake.
A Enciclopédia explicativa de dificuldades bíblicas nos esclarece que “entre os romanos e os atenienses esta palavra significava o mesmo que ekklesia, termo utilizado para designar uma assembléia de igreja”. Um importante Léxico Grego acrescenta que “´senhora` pode se referir ou a uma pessoa ou, mais provavelmente, a uma congregação de importância”.

Contudo, alguns não apóiam essa defesa e dizem tratar-se de uma irmã influente na igreja, ou uma senhora. Sendo assim, essa pessoa era eleita e se chamava Kyria. Ou era uma senhora e se chamava Eleita. Russel Champlin julga ser incomum alguém se dirigir à igreja com a expressão “senhora eleita”. Ele diz que o texto faz alusão a “alguma dama bem conhecida pela sua piedade, em cuja casa a igreja se reunia, ou que exercia grande influência em certas congregações da Ásia Menor, talvez como diaconisa”.

Uma das maiores questões quanto à possibilidade de essa senhora ser a Igreja é perceber na essência da carta certo elemento condizente com a expressão “filhos”. Estaria João tratando apenas com os filhos dessa senhora? Seria possível isso? Sim. Mas tais filhos também poderiam ser os membros da Igreja de Cristo. Essa incógnita se estabelece por causa da ambigüidade que permeia o texto, interpretado hoje por nós a séculos de distância de sua produção original.

Se o nome dessa senhora fosse Eleita, existiriam, então, duas irmãs com o mesmo nome, o que, ainda que não seja impossível, é incomum: “Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém” (2Jo 1.13). Se o nome fosse senhora ou Kyria, não seria adequado dogmatizar a questão, pois em 1Pedro 5.13 a Igreja é chamada de eleita: “A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos”.

Se não podemos fechar de forma categórica o assunto, até porque não é tão prioritário assim, resta-nos ponderar que o objetivo da carta escrita é muito mais importante, pois é artigo de fé. De que trata a epístola?

A carta é uma exortação para se guardar das falsas doutrinas, desviando-se delas e dos que a professam. Há um alerta sério para aqueles que deixaram a sã doutrina e passaram a professar algo diferente daquilo que foi ensinado.

Fonte:www.cacp.org.br
Artigo compilado

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