PROBLEMA: Alguns concluíram que os cristãos primitivos estavam praticando uma forma de comunismo, porque eles "vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos" e "tinham tudo em comum". Entretanto, até mesmo os Dez Mandamentos pressupõem o direito à propriedade privada, proibindo o "roubo" e até mesmo a "cobiça" do que pertence a outra pessoa (Êx 20:15,17).
SOLUÇÃO: Há várias razões para se acreditar que essa passagem não está ensinando uma permanente forma de comunismo ou socialismo cristão. Primeiro, essa passagem não é prescritiva, ela é simplesmente descritiva. Em parte alguma ela estabelece essas coisas como sendo normativas. Ela tão-somente descreve o que os crentes estavam fazendo. Segundo, até onde o texto indica, aquele procedimento era apenas temporário, e não permanente. Aparentemente eles estavam juntos em Jerusalém, já que foi lá que o Espírito Santo desceu e a primeira grande conversão a Cristo ocorreu. A necessidade de viverem juntos longe de casa ocasionam tais medidas na comunidade. Terceiro, as medidas para a comunidade eram voluntárias. Não há indicação no texto de que seriam compulsórias. Aparentemente era apenas uma conveniência temporária e voluntária para o progresso do Evangelho naqueles primeiros e cruciais dias da Igreja cristã.
Quarto, a venda de propriedades e a entrega do dinheiro era apenas parcial. No texto está implícito que eram vendidas apenas as terras e outras propriedades excedentes, e não suas próprias residências. Por fim, todos eles acabaram deixando Jerusalém, para onde tinham ido por causa da festa de Pentecostes (At 2:1), e voltaram para suas casas, que se espalhavam por todo o mundo.
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