AITOFEL
No hebraico significa irmão da insensatez, ou tolo. Foi um homem que, no tempo de Davi, tornou-se conhecido por todo o Israel por causa de sua sabedoria secular. Sua sabedoria era tão grande que seus conselhos eram considerados oráculos (ver II Sam. 16:23).
O verdadeiro nome desse homem pode ter sido Aifelete (irmão do livramento), cujas letras foram transpostas para que o seu nome significasse tolo. Os escribas poderiam ter feito isso para assinalar a sua insensatez ao ter participado da revolta de Absalão contra Davi.
1. Sabedoria política. Ele é mencionado no Antigo Testamento como homem dotado de grande sagacidade política. Fazia parte do grupo de conselheiros de Davi; mas estava em Giló, seu lugar nativo, quando Absalão proclamou sua revolta e convocou-o para vir a Jerusalém.
2. Defecção. Supomos que Aitofel tenha pesado as possibilidades do caso, tendo calculado que Absalão seria o vencedor. Portanto, resolveu dar apoio à rebelião (ver II Sam. 15:12). Davi ficou alarmado diante da defecção, e orou para que Deus transformasse o sábio conselho de Aitofel em insensatez.
A fim de ajudar nesse propósito, enviou Husai a Absalão, para que ele fingisse estar-se aliando àquele, a fim de enfraquecer a influência de Aitofel. Talvez o trecho de Sal. 55:12-14 contenha um lamento de Davi, diante da traição de Aitofel, sendo ele ali chamado de «meu igual, meu companheiro e meu intimo amigo», mas então em liga com o adversário. Aitofel aconselhou Absalão a apossar-se do harém de Davi, e isso pôs fim a toda possibilidade de reconciliação (ver II Sam. 16:20-23). E é provável que a medida tivesse precisamente essa finalidade. Também aconselhou Absalão a perseguir e a eliminar Davi e suas, tropas sem a menor demora, antes que tivessem a oportunidade de se reorganizarem. Mas Husai, tendo desempenhado bem o seu papel, convenceu Absalão a esperar e ser cauteloso. Isso deu a Davi o tempo necessário para organizar o contra-ataque.
3. Suicídio. Quando Aitofel viu que seu conselho fora rejeitado, desistiu de seguir Absalão, como uma causa perdida, e imediatamente retornou à sua casa, em Giló, pôs em ordem os seus negócios e suicidou-se. Não há como duvidar que, em sua sabedoria, ele viu que Davi sairia vencedor, sendo ele deixado na ridícula posição de haver promovido uma causa errada e perdida. Foi sepultado no sepulcro de seu pai (ver II Sam. 17:23) em cerca de 967 A.C. Esse é o único caso de suicídio registrado no Antigo Testamento, a menos que consideremos como tais os atos de desespero de Sansão e Saul. Ver o artigo sobre o suicídio. É curioso que seu filho, Eliã, tenha permanecido fiel a Davi, porquanto foi um de seus trinta valentes guerreiros (ver II Sam. 23:34).
Fonte: Russell Norman Champlin
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