Deus é mencionado nas Escrituras como ciumento, e o ciúme é
considerado um pecado. O segundo mandamento diz de maneira explícita que
Deus é um Deus ciumento (Êxodo 20.4-5; cf. 34.14); no entanto, em
Gálatas Paulo condena o ciúme juntamente com a idolatria (Gálatas
5.19-20). Como pode ser?
Primeiro, existe algo como ciúme santo.
Como tal, o ciúme é a resposta apropriada de um marido ou esposa cuja
confiança foi violada pela infidelidade. Na verdade, quando uma aliança
de relacionamento exclusivo é desonrada, o ciúme santo é o zelo
apaixonado que luta para restaurar a união sagrada. Logo, o ciúme de
Deus por seu santo nome e pela adoração exclusiva de seu povo é santo.
Além
disso, assim como existe ciúme santo, também há o ciúme pecaminoso.
Nesse sentido, o ciúme está cobiçando arduamente as vantagens de outra
pessoa. Consequentemente, o apóstolo Paulo cita o ciúme como um ato de
natureza pecaminosa. Paulo diz: “Ora, as obras da carne são conhecidas e
são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,
invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas” (Gálatas
5.19-21).
Finalmente, como Deus personifica o ciúme santo, aqueles
que refletem seu caráter devem ser zelosos pelas coisas divinas. A
Bíblia está repleta de heróis como Elias (1Reis 19.10-14), Davi (Salmo
69.9) e Paulo (2 Coríntios 11.2) cujo zelo pela glória de Deus motivou o
autossacrifício e reforma radical. O exemplo fundamental, porém, é
encontrado no Cristo encarnado que realizou o epítome do ciúme santo
virando as mesas dos cambistas no Templo — um gesto simbólico de
condenação dos líderes judeus de sua época por desonrarem a Deus por
meio de sua religiosidade desprezível (Mateus 21.12-13; João 2.17; cf.
Jeremias 7.9-15).
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus;
porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um
marido, a saber, a Cristo” (2Coríntios 11.2).
Autor: Pr. Hank Hanegraaff
Fonte: www.cacp.org.br
0 Comentários