PROBLEMA: De acordo com Números 35:30, alguém acusado de homicídio poderia ser declarado culpado e condenado com o depoimento de mais de uma testemunha, e não com base em apenas um testemunho. Entretanto, na maioria dos casos, os crimes não são cometidos abertamente, de forma que não há testemunhas. Assim, seria um erro sentenciar e condenar alguém com base em outras provas, no caso de não haver testemunhas oculares?
SOLUÇÃO: Seria um erro presumir que a palavra hebraica correspondente a "testemunha" (ed) tivesse exatamente o mesmo significado que hoje a ela atribuímos. Levítico 5:1 nos dá um bom exemplo da abrangência do uso dessa palavra hebraica: "Quando alguém pecar nisto: porque tendo ouvido a voz da imprecação, sendo testemunha de um fato, por ter visto, ou sabido, e, contudo, não o revelar, levará a sua iniquidade". Neste versículo a mesma palavra que é traduzida como "testemunha" refere-se a alguém que viu ou sabe de um fato.
De acordo com a lei mosaica, então, havia dois tipos de testemunhas que poderiam testemunhar em favor da acusação de uma pessoa. Uma seria a testemunha ocular, outra era a pessoa que, embora não tivesse presenciado o fato, poderia dar testemunho quanto à identificação do transgressor.
Este versículo não torna errado sentenciar alguém com base em provas, que não o testemunho ocular. Além disso, o escritor do AT não conhecia, nem pretendia excluir, provas modernas tais como impressões digitais e gravações de áudio e vídeo.
MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia -
Norman Geisler - Thomas Howe.
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