I. ASPECTOS DO CARÁTER DE ELIAS
1. Fidelidade. Naquelas dias de tamanha ignorância espiritual, o Senhor precisava de um homem que cresse nEle e fosse fiel à sua Palavra. Ao dirigir-se ao rei Acabe, Elias, ousadamente, recobrou-lhe a memória acerca da advertência que Deus fizera ao povo no tempo da peregrinação no deserto (Dt 11.16,17). O profeta estava certo de que Deus estava com ele, e que cumpriria cabalmente sua Palavra. Ainda hoje o Senhor procura servos de corações resignados que, acima de qualquer coisa, creiam piamente em suas promessas, para realizarem obras extraordinárias no Reino de Deus (Js 1.1-9; Is 6.8; Mt 4.18-22; Lc 1.38; At 9.11-15). Não seria a falta dessa virtude a causa de tantos problemas, dificuldades, desacertos e sofrimentos na vida de muitos crentes?
2. Determinação. A despeito das circunstâncias desfavoráveis: perseguição (1 Rs 18.10; 19.2), escassez (1 Rs 17.10-13), e solidão (1 Rs 17.6), Elias não desistiu da missão para a qual Deus o tinha chamado. Aquele santo profeta determinara cumprir toda a vontade divina. Elias não tinha dúvida de que a fé na Palavra era a principal ferramenta espiritual para aqueles que servem a Deus com sinceridade. Nenhum homem deixaria de morar livremente numa cidade para viver escondido em cavernas, a não ser por inteira confiança no Senhor (1 Rs 17.2-7).
3. Obediência. Ao receber a ordem de Deus para esconder-se junto ao ribeiro de Querite, Elias não hesitou: obedeceu-a prontamente (1 Rs 17.2-5). Mais tarde, quando o ribeiro secou, o Senhor lhe ordenou que fosse a Sarepta. Mais uma vez o profeta submeteu-se à vontade divina (1 Rs 17.8-10). Decorridos três anos, Elias recebera um novo mandado do Senhor: teria de comparecer novamente perante o rei Acabe. Então, resignado, lá estava o servo do Altíssimo atendendo-lhe a voz (1 Rs 18.1,2).
Há muitos crentes que são insubmissos a Deus e à sua Palavra. Os tais se esquecem que obedecer é um princípio fundamental da vida cristã. Lembremo-nos de que Jesus foi obediente até a morte, pelo que Deus o exaltou soberanamente (Fp 2.5-8).
4. Coragem. É o mesmo que bravura ou intrepidez. A coragem se manifesta diante dos perigos ou situações de intenso risco. Em diversas ocasiões Elias provou ser um homem ousado (1 Rs 18.10,15, 22-40; 21.19,20). Ele foi extremamente corajoso ao desafiar os profetas de Baal no Monte Carmelo. Ali, suplicou ao Senhor com fé e firmeza, e a resposta veio com fogo do céu (1 Rs 17.1; 18.38; Tg 5.17,18).
5. Fragilidade. Tiago afirma em sua epístola que “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós” (5.17). Como ele, qualquer crente fiel e perseverante pode passar por momentos de fragilidade física e emocional (1 Rs 19.1-4). Por isso, todo crente precisa vigiar e orar constantemente. "Vigiar" diz respeito ao perigo iminente; "orar" fala de nossa total dependência do Senhor (Mt 26.41).
O zelo pelo reino de Deus tem levado muitos crentes a exagerarem nos trabalhos e atividades da igreja local. Esses “excessos” têm culminado em exaustão física, mental e emocional. Deus não deseja isso para os seus filhos, mas espera de cada cristão o exercício prudente de sua mordomia (Js 1.7; 1 Ts 5.23).
II. ELIAS, UM EXEMPLO DE VIDA COM DEUS
1. Exemplo para os crentes de seu tempo. A comunhão de Elias com Deus; sua coragem, determinação e submissão, suscitaram em Eliseu o ardente desejo de seguir-lhe os passos. Com esse claro objetivo, o filho de Safate jamais se afastou de Elias. Convivendo com um grande mestre, facilmente assimilou as virtudes espirituais e morais do seu caráter (1 Rs 19.19-21; 2 Rs 2.1-15). Foi assim que Eliseu destemidamente atravessou o Jordão (2 Rs 2.14), e quando lhe enviaram Naamã, o comandante do exército da Síria, para ser curado, dispôs-se imediatamente a recebê-lo, na certeza de que Deus mais uma vez mostraria seu poder (2 Rs 5.8).
2. Exemplo para os crentes de hoje. Dentre todos os aspectos do caráter de Elias, destaca-se sua incondicional confiança em Deus. Somente pela fé, teria ele ido a Sarepta, cerca de 160 km do lugar onde estava, com a convicção que Deus o livraria de seus perseguidores (Sl 91.1). Elias não fora vencido pelo medo, desânimo, incerteza ou qualquer necessidade (1 Rs 17.8-24). Do mesmo modo podemos confiar integralmente na proteção e provisão divinas (Sl 23.4).
Sobre esse aspecto da vida cristã, Jesus nos ensina que não devemos ficar ansiosos pelo que havemos de comer ou vestir, pois Deus sabe do que necessitamos (Mt 6.25-34). Assim como Elias, o crente de hoje, ao passar por dificuldades, não deve estacionar na fé, mas continuar crescendo no conhecimento do Senhor (Sl 23.1; Os 6.3).
Fonte: Extraído da lição 03 do terceiro trimestre 2007 cpad
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